Lá no interior, em cidades bem pequenas, onde as assombrações malvadas dos grandes centros não existem, crianças crescem livres curtindo toda a inocência e alegrias em brincadeiras que passam em gerações.
Há duas delas, que particularmente, me levam à uma analogia do mundo moderno dos arranha-céus.
Brincadeira de rodas: um grupo de crianças e às vezes jovens e adultos também se divertem, dão as mãos e começam a girar no sentido horário, outro grupo menor dentro da roda maior, também de mãos dados, giram em sentido anti-horário, numa sincronia admirável, entoando uma canção cultural. Quando param de cantar, os que estão dentro param de frente para alguém que está na roda maior, recita um verso e invertem de posição, assim passam horas interagindo e divertindo. A beleza está em convidar todos a participar e com as mãos dadas formam uma corrente de apoio e inclusão.
Dança das cadeiras: um grupo de crianças e às vezes jovens e adultos também se divertem, colocam cadeiras no centro da roda, uma a menos do total de participantes, tocam uma música enquanto correm ao redor das cadeiras, quando a música para, devem se sentar na cadeira, quem não conseguir se sentar, está fora – dançou! A proeza aqui está em ser mais rápido, mais esperto e usar de perspicácia para conseguir se sentar, mesmo que para isso tenha que atropelar, derrubar e alguns até puxam a cadeira mais próxima do adversário, para garantir seu assento. O troféu vai para quem duelar pela última cadeira e se garantir.
Certamente já vimos esse filme antes…
Aprendendo com as crianças podemos escolher o que nos inclui, nos faz sentir “fazer parte”, proporcional uma experiência legal ao próximo e contribuir para o bem estar de todos.